quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Exposição Mistério dos 7 mares de Igor Giamoniano


Convido a todos a prestigiarem a exposição virtual do artista Igor Giamoniano que sempre contribui com textos e imagens para este blog, a exposição é sobre a visão romantica do artista acerca da pirataria e da vida no mar.

Para ver a exposição clique aqui

Desde sempre o mar nos fascina com suas lendas e mistérios e o personagem que mais nos exerce este efeito com certeza é o pirata. Com seu jeito rude de ser os piratas pilhavam navios mercantes e cidades. A esta vida curta e perigosa se juntavam ex-marinheiros reais, criminosos fugitivos e mulheres de vida fácil em busca de riqueza e aventura. Em “O mistério dos 7 mares” o artista traz para as telas uma visão da pirataria recheada de sentimentalismo, com personagens solitários entregues ao seus próprios devaneios, o artista deixa a cargo do observador interpretar a subjetividade de cada peça.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Contos de Encantaria II - O Violino de Manoel Garcez

Arte: Igor Giamoniano

O Violino de Manoel Garcez 
                                             Por Renata Amaral

Manoel Garcez, o Manoel Piloto, que muitas vezes tocava o violino no Baião do Egito, era bruxo afamado do Igapara, terra onde Pai Euclides abriu seu primeiro terreiro, aos 21 anos. Festeiro e beberrão, tocava violino e outros instrumentos em festas, mas quando queria beber ou descansar, para não parar o baile, pedia ao dono da casa um pano branco, com o qual cobria o violino que continuava tocando sozinho, o arco se movendo sob o pano.

Dizia-se que quem tocava o violino era Alonso, seu diabo particular, que certa vez Manoel fez aparecer a Pai Euclides como um homem de pele azul levemente cintilante e terno caqui. Esse violino foi dado por Manuel Piloto antes de morrer a Corre Beirada, encantado de Pai Euclides, e permanece na casa Fanti Ashanti até hoje. 



Os Encantados
Os encantados são seres invisiveis que podem ser respresentados geralmente pela seguinte classificação:
  1. Seres visiveis somente para certo numero de pessoas
  2. Seres que habitam lugares especificos "encantes", geralmente lugares afastados
  3. Pessoas que viveram e desapareceram misteriosamente "se encantaram", sem morrer
  4. Seres que entram em contato através dos sonhos, em lugares isolados e em rituais e lugares sagrados



No Maranhão o termo encantado é utilizado nos terreiros de mina, tanto nos tradicionais quanto nos mais modernos e nos salões de cura xamãnica sendo recebidos por transe mediunico e só podem ser visualisados por videntes "pessoas que tem a vista forte"
É no Maranhão que funciona as duas maiores casas matrizes de tambor-de-mina a "Casa Grande de Minas" e a "Casa de Nagô" são estes os terreiros base da difusão da encantaria.


 
Fonte: ENCANTADOS E ENCANTARIAS NO FOLCLORE BRASILEIRO1 - Mudicarmo Ferreti


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Conto de encantaria - O navio de D. João

Fazia tempo que eu nada postava mas como canta minha eterna madrinha "filho da mamãe Dita não pode bambear, se bambeia no caminho mamãe Dita vai buscar..." por isso o blog bambeou mas não caiu.

Para voltar com estilo e respeito saudando esse torrão brasileiro a qual tenho orgulho de pisar postarei hoje um conto retirado do encarte do cd "Baião das princesas" um trabalho colectivo do grupo paulista "A Barca" e a Comunidade da Casa Fanti Ashanti do Maranhão.

Arte: Igor Giamoniano


O Navio de D. João

" O terreiro do Egito¹ ficava sobre o Rio Itaqui, porto importante próximo ao mar, numa área de antigos quilombos.
uma das grandes atrações do Baião das Princesas, que deslocava dezenas de pessoas para assistir a festa, era o navio encantado de D. João.  Todo, os anos, esse navio chegava ao Egito no dia 12 de Dezembro, e lá permanecia ancorado, 'a vista de todos, por três ou quatro dias. Sua chegada e partida eram anunciadas pelo vodum chefe da casa e cumprida a risca.
    Na hora anunciada, o navio se aproximava deixando ver em seu interior uma grande movimentação. A distancia era suficiente para se ver a decoração do navio, suas bandeirolas e sua iluminação que chegava a clarear a encosta do terreiro durante a noite. Via-se então pessoas saltando do navio e pegando pequenas canoas a remo, e enquanto essas canoas se aproximavam da margem, a música já soava no barracão e as dançantes iam entrando em transe com os encantados chegados principalmente os nobres, Reis e princesas como D. João e sua família, D. Carlos da Gama, Rei Sebastião, D. Luis de França e Manoel Pretinho, o piloto do navio.
    Ao termino dos festejos, o navio ia embora, mas não se podia vê-lo sumir no horizonte. Ele se afastava cerca de trezentos metros em direção ao mar, e então afundava lentamente nas águas do Itaqui. Sua ultima aparição foi em 1978, um ano antes da extinção do terreiro centenário."

¹ O Terreiro do Egito foi fundado em 1864 por uma africana de Gana.

A encantaria
 A encantaria é uma tradição magica que mistura crenças da cultura popular indígena e europeia mesclados ao catolicismo popular, os cultos afro's e o espiritismo. No seu panteão consta uma variedade de seres como sereias, princesas, Reis, mestres, caboclos, boiadeiros,  etc... Alguns sãos espíritos que viveram a muito tempo e "se encantaram" outros são energias que vivem em um plano vivisivel apenas a alguns mediuns. 
 Por trás da aparente simplicidade a encantaria esconde grandes mistérios transmitidos de geração a geração, de terreiro a terreiro a centenas de anos, os iniciados na arte da encantaria possuem o segredo da manipulação dos elementos alem de possuirem grande afinidade com a natureza pois com ela vivem em constante harmonia. 

 
 A mamãe ta chorando - Casa Fanti Ashanti e A Barca

A mamãe ta chorando por que eu vou me encantar
A mamãe é culpada, da mãe d'gua me levar

A mamãe ta chorando por que eu vou me encantar
A mamãe é culpada, da mãe d'gua me levar

O não chora não chora mamãe 
O não chora não chora papai
A mãe d'gua me leva
A mãe d'gua me leva
A mãe d'gua me traz...




Fontes: 
Comunidade da Casa Fanti Ashanti e A Barca
À sombra da Jurema: A tradição dos mestres juremeiros na Umbanda de Alhandra - http://www.yorubana.com.br/encantados.asp 
Encantaria - Wikipedia -  http://pt.wikipedia.org/wiki/Encantaria

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Feitiçaria

Imagem: A Bruxa                                                              Autor: Igor Giamoniano

Olá! 
fazia tempo que não postava e resolvi deixar um pouco a temática académica para falar de algo polémico... Feitiçaria!
 
Não não! Eu não estou deixando a seriedade desse blog para cair no fictismo de pseudo-umbandistas espalhados por ai.
A verdade é que conheço muitas pessoas que se intitulam bruxos, bruxas, feiticeiros e feiticeiras e também são praticantes da umbanda, inclusive a espíritos que vez ou outra vem nas linhas de esquerda se dizendo também praticantes da arte pagã. Muito se sabe das histórias dos nossos guias principalmente dos exus e pomba giras, a grande maioria em vida foram feiticeiros e seus trabalhos carregam grande influencia da feitiçaria popular, aja visto que um livro muito popular no meio umbandista é o livro de São Cipriano, um livro que reúne uma serie de praticas de feitiçaria medieval ibérica...
Lembremos que a umbanda é uma mistura, uma otima mistura e evolui tanto justamente por isso, a umbanda trabalha com a dualidade perfeita, a harmonia, o positivo e o negativo:
"(...)O mago completo conhecerá de perto o bem e o mal, o primeiro para praticar e o segundo para se proteger(...)" Os Magos - Lord Rochester
 

Feitiçaria
Autor desconhecido


O termo feitiçaria vem do grego farmakía que significa algo como: "manipulação de remédios ou venenos"
O feiticeiro na pratica é um exímio conhecedor das substancias naturais para a cura e a causa de efeitos extrafisicos. 
Há pessoas que consideram a feitiçaria como um género mágico capaz de manipular a realidade física e astral, sendo o feiticeiro um ser de poderes acima da maioria das pessoas.
Para os ocultistas os feiticeiros são cientistas, que em diversas regiões do mundo segundo sua tradições mantém e evoluem a sabedoria alquimista através de praticas que saem fora da ciência comum.
Independemente disso a feitiçaria é uma pratica tradicional que se encaixa em varias culturas e que definitivamente produz resultado.

Catimbó

Culto do catimbó em João Pessoa

O catimbó é uma pratica religiosa exercida no interior nordestino e ao contrario da umbanda não é uma religião e sim um culto que recebe influencia da feitiçaria europeia, da pajelança e do catolicismo popular.
Suas praticas são voltadas mais para a cura porem pratica-se deliberadamente o bem e o mal segundo o julgamento de cada situação.
O catimbó não possui instrumento musical no máximo um tipo de chocalho chamado de cabacinha, é um culto simples feito sempre em lugar aberto, seus materiais sagrados são terços, rosarios de Nossa Senhora, ervas (principalmente a Jurema) cachimbo, imagens de santo, caldeirão e crucifixos... Os espíritos incorporados são chamados de Mestres e Mestras que em vida eram praticantes do catimbó e continuam a pratica após a morte.


 Toada de Mestra Lianôu - Catimbó João Pessoa


Toada de Mestre Penduarana - Catimbó João Pessoa




Resumo

A intenção desse post é apenas despertar o interesse a busca por rituais e praticas que as vezes deixamos de lado, seja na feitiçaria popular, no hermetismo ou na alta magia, a sempre algo em qualquer qualquer tradição oculta que pode nos ajudar a evoluir, alcançar resultados e fazer aquilo que é o nosso maior objetivo, a pratica do espirito para a caridade.

domingo, 20 de junho de 2010

Mediunidade e incorporação na Umbanda

 Quem é o medium?

Medium segundo Allan Kardec é aquele que possui algum poder de ligação em maior ou menos grau com o mundo espiritual. Com a prática e evolução do espiritismo descobrimos e aprendemos que existem diferentes tipos de médiunidade e cada uma tem sua função dentro do trabalho espiritual.


Alguns tipos de mediunidade:

  • Medium de sensibilidade é aquele que consegue sentir a vibração das entidades e identificar sua origem.
  • Medium de incorporação,  é aquele que é tocado e sede sua energia e seu corpo para manifestação espiritual.
  • Mediuns videntes, são os médiuns que conseguem ver o que esta oculto, seja em sonho ou acordado é um tipo de mediunidade mais rara.
  • Médiuns de efeito físico, geralmente sentem o toque a temperatura no campo astral as vezes podem sentir cheiro ou outros efeitos físicos, é um tipo de mediunidade muito rara visto que poucas entidades atualmente se utilizam de efeitos físicos para realizar seus trabalhos.
  • Medium psicografo, geralmente ouve a voz dos espíritos ou mesmo deixa que os espíritos controlem seu pulso para se comunicar através da escrita, alguns chegam a compor obras de arte.
Cada pessoa é um universo complexo e a mediunidade de cada pessoa é diferente e complexa, existem muitos outros tipos de mediunidade e não é raro uma mesma pessoa ter uma combinação de vários tipos, principalmente a medida em que se trabalha e desenvolve seu potencial mediúnico


Mediunidade de incorporação 

  A incorporação é a base da umbanda, as características dos guias que escolhem seus "cavalos" para se manifestarem nos terreiros vem se mantendo e evoluindo a centenas de anos (bem antes de Zélio), porém muitas pessoas, principalmente iniciantes e infelizmente até alguns mais antigos ainda acreditam que se a pessoa não incorporar logo ela não é médium e só servira no trabalho como cambone ou como ogã...
  A verdade é que cada pessoa é um universo complexo, que tem os seus próprios guias que o acompanham a varias vidas, muitos desses guias não são doutrinados e muitas vezes esses médiuns ainda não estão preparados para incorporar, seja por medo, seja por preocupações que atrapalham a sua mentalização de vibrações...
  Todas essas coisas devem ser trabalhadas e identificadas pelos zeladores de santo, o pai e a mãe de santo deve entender e conhecer seus filhos, identificar o que dificulta a passagem dos guias e trabalhar para resolver o problema.
  Hoje em dia já sabemos que todos somos médiuns em maior ou menor grau e podemos trabalhar nossa potência mediúnica com práticas rituais e com uma vida regada aos moldes do princípio espirita.
  Uma coisa pouco observada é que há médiuns que não incorporam por causa do cruzamento de linhas, na sua ânsia por trabalhar logo sua caridade até mesmo por cobrança dos guias, o medium procura um terreiro que o desenvolva logo trabalhando em vários terreiros ao mesmo tempo, o cruzamento de vários mestres espirituais causam uma confusão espiritual na cabeça do medium que em alguns casos podem levar o mesmo a loucura.
  Portanto zeladores, é importante manter seus filhos confiantes e trabalhar sempre com a sua mediunidade seja elas quais forem e caso ele não seja um médium de incorporação, trabalhe com os poderes que ele possui e quem sabe um dia com fé e dedicação ela possa a vir incorporar...

 Pai Fernando medium a 50 anos no terreiro do pai Maneco diz:
"Conheci vários médiuns que faziam parte da corrente e não sentiam a mínima vibração, e após alguns anos tornaram-se excelentes médiuns de incorporação e consulta."

Fontes: 
Pai Fernando - Terreiro do pai Maneco
Livro dos Médiuns - Allan Kardec

terça-feira, 2 de março de 2010

Santa Alexandra de Roma


Paz e luz a todos.

Utilizarei esse post para abrir espaço para o próximo assunto, ainda sobre os santos católicos falarei sobre Santa Alexandra de Roma.

                                             
























Santa Alexandra              Arte: Nikolai Kornilievich Bodarevsky


A Vida da Martír
Santa Alexandra foi esposa do imperador Diocleciano. Presenciou o martírio de São Jorge e penalizada com seu exemplo se assumiu também como cristã. Foi então sentenciada a morte pelo seu marido porêm quando estava caminhado ao local do suplicio, clamou a Deus e este a levou fazendo-a que morre se sem sofrimento.

A reflexão é a seguinte:

Nós, mesmo quando não percebemos, estamos sempre servindo de exemplo as pessoas. Principalmente nós médiuns que trabalhamos na lei de Deus, as pessoas que estão perdidas nos observam tentam se encaixar nos usando como exemplo, porem as vezes não somos dignos nem de receber os iluminados guias que nos utilizam como cavalo para trabalhar à caridade. Nós médiuns devemos ter a consciência que não somos meros instrumentos de Deus, mais somos cumpridores e propagadores da sua lei. 
Não adianta guardar o dia da gira com todas as restrições, chegar no outro dia e encher a cara, brigar com todo mundo ou realizar todo tipo de atitude caótica. Nós somos livres e é nossa atitude segundo a lei da afinidade espiritual que vai atrair os espíritos que iremos servir. 
Pense nisso, com quem você quer realmente trabalhar?
 A atitude devótica de São Jorge atraiu a mesma atitude de uma mulher que escondia a sua fé, falando em esconder a fé... isso é muito tipico de muitos umbandistas, que como eu falei preferem se dizer apenas espiritas. Não ta na hora de dizermos com orgulho que somos umbandistas? Que temos orgulho de trabalhar com os nossos Caboclos, Pretos Velhos, Erês, Ciganos, Boiadeiros, Exús, Pomba-Giras, Baianos, Marinheiros, etc... ? Que temos orgulho dos nossos Orixás, do nossos pais de coroa?
Quantas vezes eu não vejo pessoas que se encantam pela umbanda mas os "filhos-de-pemba" são muito "reciosos" ao falar da sua fé. Lembremos nós que todos devemos ser um pouco martír...

Abraços!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Santa Catarina di Labouré

 Pintura: Santa Catarina de Labouré                Artista: Igor Giamoniano

Paz e Luz a todos

Mudando bruscamente de assunto, gostaria de compartilhar com vocês a história de uma santa que até a poucos dias eu não conhecia.
Santa Catarina de Labouré (se pronúncia Labúrre).

Ganhei da minha mãe a medalhinha de Nossa Senhora das graças, pesquisei algumas coisas e descobri a história de Santa Catarina a santa que mandou cunhar a medalha. Perceba em sua história a relação com a vida do médium e peço encarecidamente para que leiam as entrelinhas.

Santa Catarina di Labouré a médium  humilde e caridosa

Santa Catarina de Labouré nasceu em um pequeno povoado no leste da frança chamado Fain-les-mountier no dia 02/05/1806 exatamente as 18:00, filha do agricultor Pierre Gontar Labouré e de sua esposa Madeleine que ao todo fora mãe de 17 filhos. Catarina no entanto teria um papel de destaque.
    Apelidada de Zoé em razão de ter nascido no dia de São Zoé, (São Zoé é cultuado em algumas regiões de forma não oficial) foi criada com a tradição da fazenda, ajudava nos serviços de casa, tinha uma boa
relação com toda a sua família em especial com sua mãe que desencarnou quando ela tinha apenas 9 anos. Com um vazio grande no coração Catarina, contou que pegou uma imagem da Virgem Maria que ficava acima de sua lareira abraçou-a e disse: "Agora serás minha mãe!".

    Desde os 14 anos mesmo com todo o trabalho na fazenda arrumava tempo para cuidar dos pobres e doentes e já jejuava todas as sextas e sábados.
    Catarina foi crescendo e amadurecendo a sua fé, sonhou 2 vezes com a imagem de um clérigo lhe convocando para sua missão religiosa porem não entendeu os sonhos quando aconteceram.
    Com a aprovação do pai, permanece num internato durante 2 anos, perto de Chatîllon. É aqui na capela das Filhas da Caridade, que descobre quem era o sacerdote que lhe apareceu em sonho:
S. Vicente de Paulo. 
Aos 21 anos entra para a ordem das Filhas da Caridade e então que tem sua primeira visão espiritual que ela
mesmo narra:

"O coração de São Vicente me apareceu três vezes de modo diferente, três  dias seguidos: claro, cor de carne, o que anunciava paz, calma, inocência e união. Depois o vi vermelho cor de fogo, o que devia inflamar a caridade nos corações. Parecia-me que toda a comunidade devia se renovar e se
estender até os confins do mundo. Por fim o vi vermelho-escuro; o que me punha a tristeza no coração; vinham-me tristezas que eu tinha dificuldade em superar. Não sabia porque nem como, essa tristeza se relacionava com a mudança de governo".


    Catarina então buscou auxílio espiritual com seu director espiritual o Pe. João Maria Aladel, que a desencorajou rigidamente. Porem as visões não cessariam, e em 06 de Junho de 1830 teve a seguinte visão:
"Nosso Senhor me apareceu como um Rei, com a cruz sobre o peito, no Santíssimo Sacramento. Foi durante a Santa Missa, no momento do Evangelho. Pareceu-me que a Cruz escorregava para os pés de Nosso Senhor. Pareceu-me que Nosso Senhor era despojado de todos os seus ornamentos. Tudo caiu por terra. Foi então que tive os mais negros e tristes pensamentos de que o Rei da Terra seria perdido [destronado] e despojado de suas vestes reais".
 
    Ainda sim Pe. Aladel se manteve rígido em lhe dizer que suas visões eram meras "ilusões". 7 semanas após essa visão iniciava-se as primeiras agitações da comuna de Paris que culminaram a deposição do Rei Carlos X.




As visões de Nossa Senhora
Em 19 de Julho de 1830, Catarina tem outra visão a primeira em que vê Maria Santíssima, nessa visão extraordinária, as onze e meia da noite seu anjo da guarda que lhe aparece em forma de criança de forma impressionante abre a pesada porta da capela com um toque dos dedos e lhe conduz até o centro
onde esta situada a virgem santa. Maria então lhe revela uma serie de acontecimentos políticos e religiosos que abalariam a história.

A segunda aparição aconteceu em 27 de Novembro de 1830 próximo as 18:00, Catarina então viu a virgem próximo ao quadro de São José com um vestido de seda branco. Com os pés apoiados sobre uma esfera, pisava a cabeça de uma serpente e segurava um globo de ouro, nas suas mãos trazia anéis de pedras preciosas dos quais saiam intensos raios luminosos. A esfera representava o mundo inteiro os raios as graças que Maria daria a quem pedisse. Em dado momento ela viu a expressão: "Ó Maria concebida sem
pecado, rogai por nós que recorremos a vós."


Em razão desta visão Catarina mandou fazer a medalha de Nossa Senhora das Graças que fora distribuída pelos lazaranos  e se proliferou pelo mundo todo.

Catarina então morreu no dia 31 de Dezembro de 1876 e foi canonizada
em 21 de Julho de 1947 pelo papa Pio XII.



Fontes:

 Pe. Hamilton José Naville - Catarina di Labouré a santa do silêncio (História da mensageira da Medalha Milagrosa) - 2009
Fr. Joseph Dirvin - Saint Catherine Laboure of the Miraculous Medal - 1958 
Plinip Maria Solimeo - Santa Catarina Labouré a vidente da Medalha Milagrosa - www.catolicismo.com.br